Teve lugar no passado domingo, dia 23 um encontro alargado entre os operadores industriais, a CCISS e o Governo com o intuito de se discutir o documento de reforma da politica industrial em Cabo Verde. O Governo esteve representado pelos Ministros da Economia e Emprego, José Gonçalves e pelo Ministro das Finanças Olavo Correia e contou também com a presença do Presidente da CCISS Jorge Spencer Lima e de vários operadores industriais. A CCISS desenvolveu uma proposta ao governo para reformar o quadro da política industrial existente e propôs um conjunto de medidas políticas para melhorar a atratividade do investimento na atividade industrial em Cabo Verde.
No âmbito deste trabalho a Câmara de Comércio de Sotavento reuniu os operadores industriais da região por duas vezes para a discussão do documento visando auscultar e recolher contribuições para fundamentar a proposta que foi apresentada ao governo no passado domingo.
O estudo desenvolvido ao longo dos últimos meses e discutido no passado domingo com o Governo identificou várias linhas de força da área industrial que mereceram várias contribuições dos operadores industriais presentes. O estudo identificou as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do sector industrial e formulou pistas para a reformulação da politica industrial em Cabo Verde.
No capítulo das forças tiveram particular destaque questões relacionadas com a determinação dos operadores industriais nacionais, o empreendedorismo dos operadores industriais nacionais, a capacidade de inovação dos operadores industriais nacionais, a capacidade de assunção de riscos pelos operadores industriais nacionais, o nível de investimentos realizados pelos operadores industriais nacionais e a qualidade dos produtos dos operadores industriais nacionais. No domínio das fraquezas foram identificadas como principais a indisponibilidade de mão de obra qualificada para o sector (formação inadequada para fins industriais), a inexistência de escolas industriais, e a fraca capacidade financeira dos operadores industriais nacionais.
No entanto foram também identificadas as oportunidades do sector, particularmente a dinâmica do mercado turístico, e as oportunidades de internacionalização via CEDEAO, AGOA, SPG+ e Diáspora. Por ultimo os operadores industriais abordaram também as ameaças que pairam sobre o sector industrial nomeadamente o elevado custo dos fatores (água, energia, telecomunicações), o alto custo e irregularidade de transporte inter ilhas, as políticas públicas e práticas, as dificuldades de financiamento e acesso ao crédito, a pequena dimensão do mercado interno e a indisponibilidade de matéria prima.
Durante a discussão tida o Ministro das Finanças Olavo Correia congratulou-se com a apresentação do documento e informou que é inadiável a aposta numa Política Industrial Nacional, a condizer com as referências em todos os documentos estratégicos do País, as quais destacam-na como um dos elementos fundamentais para o alargamento da base produtiva, a diversificação da economia e o aumento das exportações, da criação de capacidade de oferta ao mercado turístico em acelerado crescimento, à substituição substancial de importações e, consequentemente, para a o aumento do potencial de crescimento da economia, criação de emprego e redução da pobreza.
Por sua vez o Ministro da Economia e Emprego realçou o facto de que a procura de soluções deve ser sempre feita em conjunto, com parcerias como estas entre o sector publico e o sector privado e que no caso da Industria o documento ora apresentado mostra claramente quais os caminhos que deveremos percorrer para que o sector tenha uma maior participação no produto interno bruto.
Por fim o Presidente da CCISS reforçou o facto do País não poder estar dependente da monocultura do Turismo uma vez que este sector não é controlado por nós mas sim por forças exteriores, pelo que a aposta no desenvolvimento sectorial revela-se preponderante e acertada.
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