terça-feira, 15 de setembro de 2009

Crise de Trocos

Só se ouve falar da crise. Hoje em dia a crise justifica quase tudo. Entrei na loja, peguei num jornal, pedi um café e estendi uma nota de 1 conto à vendedora. Sem pegar na nota ela responde: KA TEN TROKO!!! E é isso! Mas mais, com um olhar atravessado solta um assanhado ka mesti stika. É o que ela responde quando questiono a falta de tino comercial. E a crise?

Pode se falar em CRISE, quando é o próprio vendedor que rejeita a venda?

De 2001 a esta parte não me lembro de um ano que o país não estivesse em crise e sem que se dissesse que essa seria a maior crise dos últimos anos. Cá no burgo todos estão tentando descortinar os efeitos da crise que abalou os mercados no final do ano passado e o seu impacto na economia cabo-
verdiana. Governo fala de medidas de amortização de choques externos e da "Boa Governação". Da oposição nem sei efectivamente o que pensam sobre mas provavelmente fazem a contra-informação.

E a questão que sempre se coloca é: como debelar os efeitos da crise?

Crises também pode ser encarados como oportunidades. No caso de Cabo Verde, as
oportunidades de melhoria estão em todo o lado e não precisa-se esperar pelos choques externos para encarar os problemas e aumentar a competitividade.

Numa economia insular como de Cabo Verde, há sempre grandes coisas a fazer e essa é função do estado, mas a nível micro, no nível das empresas, do pequeno negócio, há sempre formas de melhorar os resultados, aumentar vendas, diminuir custos, e principalmente o melhorar o desempenho da gestão.

A crise é de facto real nos mercados
hiper-competitivos, onde as empresas já não tem espaço para crescer e resta-lhes adaptar, fechar ou procurar novos mercados, como o nosso, para se instalarem. E aí, claro, a crise é real para as empresas instaladas que não estão preparadas para competir e deixam espaço para implantação de unidades de negócios organizadas segundo lógicas de investimento.

Como é que é possível não haver troco se o propósito é a venda? Claro que essa é a mentalidade do empregado, porque o chefe arranjaria troco. Mas esse nem sempre está presente e o negócio anda "sobre rodas".
Sta ta da!!

Sem medidas de desempenho, comissão de vendas para ninguém, funcionários a leste do serviço para o qual são pagos, informalidade nos processos de gestão e multiplica-se isso tudo pela falta de recursos e de investimentos, o cenário de CRISE não pode ser pior, aí de facto,
kau sta mau.

Crise é quando não há clientes. Havendo clientes..."
olhe, tome o seu cafezinho enquanto faço o troco aqui na loja ao lado, com a sua licença".


fonte da imagem: rev nilson jr

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